Envelhecer, e principalmente com sabedoria, com toda a certeza, é o
único meio de vivermos uma vida plena, e mais especialmente, muito tempo.
Trata-se do fato de que, quando chegamos à idade madura, percebemos
então que dessa forma, conseguimos ser jovem, porém, elementar, que isso
demanda um esforço muito maior.
Ao chegarmos à essa idade avançada, percebemos o tormento, não das
tolices que durante a juventude foram às largas cometidas, mas sim,
aquilo que não foi podido ser cometido, pelas inúmeras razões que possam
ter impedido seu cometimento. E também, pelo fato de termos sido
impedidos de voltar a cometer as mesmas tolices, que tão boas lembranças
nos trazem.
Eram tolices, sabemos, mas plenas dos doces sabores daqueles dias.
E quando nos é permitido experimentar então o envelhecimento,
percebemos, que passamos da paixão para a compaixão.
É quando percebemos quantos de nossos amigos que não chegaram aos
oitenta, porque perderam-se no tempo e no espaço, nas amplas salas de
bons esteticistas e mesmo cirurgiões plásticos, que prometem, por suas
simples presença, a ideia de que se pode permanecer nos quarenta.
É então quando percebemos o desejo que reinava aos vinte anos, e que
muito cedo, deixou, aos trinta que reinasse a razão, quando então aos
quarenta, chegou o juízo.
Assim, passamos a perceber que o que não é belo aos vinte, forte aos
trinta, rico aos quarenta ou sábio aos cinquenta, não poderá ser jamais,
rico, belo, sábio ou forte. É claro que a beleza a que aqui nos
referimos, não seja a beleza fabricada pela mídia, ou a força das
academias, nem mesmo a riqueza das grandes fortunas, ou a sabedoria dos
acadêmicos universitários; mas a beleza da alma pura, a força do caráter
que não se desvia, a riqueza do espírito devoluto, e a sabedoria de uma
vida bem vivida.
Enfim chegamos aos sessenta, e passando por eles, vemos o quão poucas
coisas ainda se nos assemelham absurdas. Porque o absurdo é não ter
vivido o suficiente para ver a multiforme sabedoria que mantém a
inalterável ordem universal, que depende do bem e do mal, do amor e do
ódio, da força e da fraqueza, enfim, que forma o equilíbrio pela
presença de um que anula o outro em igualdade plena de condições, pela
própria lei natural da vida.
E aí nos deparamos com os jovens que pensam ter à sua frente sempre um
velho bobo, que em contra-partida o olha sabedor de que o jovem é,
infelizmente, o bobo.
Essa, finalmente, é a maturidade. Aquela que te faz voltar a encontrar a
serenidade, nos mesmos moldes da encontrada quando se era menino, ou menina.
Que importa?
Afinal, naquela longínqua lembrança, não havia mal em ser menino ou
menina, havia mal apenas em não viver e não permitir viver.
Sabedores finalmente de que nada passa mais depressa que os anos, nem
mesmo os velozes e ultra-modernos jatos supersônicos, porque em suas
asas, transportam também os décimos de segundos, diremos, quem sabe: Sou
feliz por ter vivido.
Lembro ainda que em meus olhos, jovens, ardiam a chama, enquanto agora,
que estou velho, que bom, brilha a luz.
Eu exercitava a iniciativa, porque é peculiar à juventude, que assim
proceda; mas que vale tanto quanto a experiência, dos velhos, que com o
tempo adquiri.
Aquele menino, ainda está comigo, anda comigo, senta comigo, sonha
comigo, preciso dele para ser homem.
E muitos ousarão me dizer: A idade lhe cai bem, parece uma coroa, ou
mesmo uma bela medalha. Ao que eu sorrio, porque sei, que trata-se
apenas, de uma conduta diferente.
Antigamente eu andava em grupos, e tudo fazia para pertencer àquela
tribo, quando adulto, passei a andar aos pares e hoje, com o peso dos
anos, já poucos aventuram-se a acompanhar-me em minha desabalada
carreira, ao fim, e assim, já ando só.
Sou feliz, porque carrego nos ombros o peso de quem aproveitou a
juventude, e sou feliz, porque tenho sido abençoado pela sabedoria em
minha velhice. Sei que muitos almejam chegar à velhice e, fatalmente,
todos negam que tenham chegado a essa linha.
E finalmente o que mais importa, é que muitos de nós, perdemos o pouco
do tempo que nos resta, porque buscamos algo que não iremos encontrar,
porque não sabemos exatamente o que queremos e portanto não teremos,
como adquirir o que sequer sabemos o que é. (texto baseado em um vídeo
que vi e que nem sei a autoria)
(ap. Ely Silmar Vidal - Teólogo, Psicanalista, Jornalista e presidente
do CIEP - Clube de Imprensa Estado do Paraná)
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Mensagem 210119 - Adquirindo a sabedoria I - (imagens da internet)
Que o Espírito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos
iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irmãos, por isso contamos
contigo.
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