O rapaz, teve o caráter moral capaz de levá-lo a entregar a maleta com
os dez mil dólares, ainda que aquilo lhe pudesse fazer falta, uma vez
que ganha em média um salário mínimo e meio, e que aquele dinheiro
poderia ter contribuído em muito para o seu parco orçamento familiar.
E ele pede como recompensa, conhecer o presidente, que à época era o
travesti de operário. Levam-no para conhecer esse, que hoje se gaba de
ser o repositório ético do País, e o que se ouve no vídeo é um deboche
de um cafajeste que naquele momento ocupava o mais alto posto no comando
da Nação.
Que pena, nem a história recente, contribui para servir por álibi ao
apedeuta. Somente reforça que o mesmo não passa de um simulacro de
repositório ético e moral, que não engana ninguém que tenha um pingo de
conhecimento dos fatos.
E mais uma vez nos mostra que a mídia é uma sem vergonha, porque não tem
a coragem de escancarar a verdadeira face do quadrilheiro fanfarrão.
(ely silmar vidal)
http://youtu.be/PbxIYECosBM
"O dicionário informa: Lula não é honesto. O vídeo acrescenta: nunca foi
- Coluna do - Augusto Nunes - 22/01/2016
Na mais recente missa negra celebrada no Instituto Lula, com um bando de
blogueiros servindo de coroinhas sabujos, Lula comunicou no meio do
sermão que é ele o detentor do título de campeão brasileiro de
honestidade. "Se tem uma coisa que eu me orgulho neste país é que não
tem uma viva alma mais honesta do que eu", louvou-se o pregador. "Nem
dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro
da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas
eu duvido".
Uma consulta a qualquer dicionário informa que só leva a sério o
palavrório de Lula gente que acharia muito justa a vitória do colega
Marcola num concurso que elegeu o Presidiário Modelo. O verbete ensina
que o adjetivo honesto só é aplicável a alguém que seja 1) honrado,
probo; 2) consciencioso, sério, digno de confiança; 3) justo,
escrupuloso; 4) imparcial; 5) veraz; 6) decente, decoroso, virtuoso; 7)
casto, pudico, recatado. Nem Marilena Chauí ousaria enquadrar seu santo
padroeiro numa das sete opções.
O ex-presidente nasceu desprovido do sentimento da honra, nunca rimou
com seriedade, inspira tanta confiança quanto um hipnotizador de circo
mambembe, desconfia que escrúpulo é nome de inseto, é mais parcial que
torcida organizada, mente como Dilma Rousseff, é tão virtuoso quanto
Rosemary Noronha e acha que decência é coisa de otário. Para o homem que
liderou a execução do projeto criminoso de poder, o único pecado mortal
é perder eleição. A eternidade no poder é o fim que justifica todos os
meios ─ do furto do cofrinho da bisavó à venda da mãe em suaves prestações.
Se os dicionários berram em coro que Lula não é honesto, o vídeo
acrescenta que nunca foi. Os 22 segundos iniciais reproduzem a
discurseira em que o camelô de empreiteira comunica aos blogueiros que
será aprovado com louvor no Juízo Final. Os 68 segundos restantes
registram o momento mais assombroso da conversa ocorrida em 25 de março
de 2004 entre o então presidente e um faxineiro que, dias antes,
devolvera ao dono a sacola com 10 mil dólares que encontrou no banheiro
do aeroporto de Brasília.
Graças ao exemplo de honradez, o faxineiro Francisco Basílio Cavalcante
conseguiu alguns minutos de notoriedade e um encontro com Lula no
Palácio do Planalto. O visitante lutava pela sobrevivência acossado
permanentemente por contas atrasadas. O anfitrião já entrava sem bater
no clube dos milionários. Era o chefe supremo de um partido com os
cofres abastecidos por dinheiro público e parceiros de negociatas. E já
havia pacificado o Congresso com a farra do Mensalão, que só seria
descoberta em meados de 2005.
─ Você acha que tem muitos brasileiros que fariam o que você faz? ─
pergunta Lula na abertura da conversa.
─ Tem ─ responde Francisco sem titubeios. ─ Tive alguns amigos que me
disseram para ficar com o dinheiro, mas esse é o lado desonesto.
─ Mas nem é desonestidade, não ─ discorda o presidente. ─ Quem acha um
dinheiro assim, sem dono, pensa em melhorar de vida. Os que têm a
consciência muito forte como você são muito poucos.
Ele nunca esteve entre esses "muito poucos". Se estivesse no lugar do
faxineiro, o dono da sacola nunca mais veria a cor do dinheiro. Lula
faria com os 10 mil dólares o que fizeram com os bilhões da Petrobras os
gatunos que apadrinhou.
Tags: blogueiros, faxineiro, Francisco Basílio Cavalcante, honestidade,
honesto, Lula
-veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-dicionario-informa-lula-nao-e-honesto-o-video-acrescenta-nunca-foi/
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